E aí está. A nova (ou velha) cara do Brasil. O povo chega ao
limite. Protestos e manifestações são bem vindos, ou nem tanto. O fato é que há
muita revolta pelos escândalos econômicos e políticos que assolam nosso país, e a população começa
a se enfurecer. Certo.
Vão às ruas, gritam palavras de ordem, organizam-se ou não
em sindicatos, associações, grupos ideológicos.
No começo, tu achas que é por uma causa, depois vem outra, e
outra, e outra, e ... onde era mesmo o começo dessa história? Me perdi no meio do
caminho.
A proposta é “o povo nas ruas, sem partido político”.
Chegamos ao ponto em que a desilusão partidária é o
sentimento da maioria dos cidadãos brasileiros.
O país está em ebulição.
É óbvio que quando junta-se uma massa de pessoas, há de tudo
um pouco. Quem talvez sozinho nem se manifestasse, num grupo toma uma força
descomunal. Há os pacíficos e os mais inflamados. Os que lutam por um ideal e
os que acham descolado fazer parte da massa.
De qualquer modo, tornou-se o assunto do dia o que acontece nas
manifestações.
E no meio disso tudo, vem a bandidagem, marginalia,
delinqüentes, como queiram chamar. Não é baderneiro, arruaceiro, ou coisinha
mais leve. É gente da pesada, disposta a destruir, saquear, aproveitar-se do
momento. Com os recursos tecnológicos de hoje tem-se a foto, a filmagem,
registrando a destruição, a depredação do que estiver pela frente.
Assusta. E assusta mais quem vê ao vivo. Um ataque
troglodita derrubando lixeiras públicas, ateando fogo, apedrejando carros
parados, quebrando vidros de lojas, chutando portas de ferro até quebrar tudo e
saqueando. Convenhamos, não é liberdade de expressão ou manifestação de
descontentamento com governo, política, etc. É aproveitar a oportunidade,
porque acha que a polícia vai estar ocupada em outro lugar.
A polícia? Acho que está mais assustada que a população.
Senão, nada explica como está reagindo. Já olharam o pelotão do POE? Jovens,
muito jovens, inexperientes, que já foram colocados nas ruas para fazer
enfrentamento. E vira cenário de guerra. Bombas de gás lacrimogêneo, balas de
borracha, spray de pimenta. Vinagre, pra combater os efeitos do gás, vira caso
de polícia.
Apesar de tudo, ainda acho que há alguma forma de controle
invisível nessa história, senão nada explicaria que ainda não houve tiro de
verdade, com tanta gente andando armada, que mortes ainda não ocorreram por
confronto direto entre manifestantes e polícia.
Onde tudo isso vai nos levar? Não sei... ninguém sabe.